terça-feira, 23 de julho de 2013

Episódio 13: QUERIA QUE TIVESSEM ME CONTADO ANTES

Ah como eu queria... queria muito que tivessem me contado antes da maternidade tudo o que vinha pela frente.

As pessoas comentam como é o amor  
Meus preciosos
incondicional por um filho. E realmente é. Impressionante como só quem é mãe entende o que exatamente é esse amor.
Mas, queria que tivessem me contado que realmente devemos aproveitar os minutos de calma da gestação para dormir. E muito. Depois, com certeza esses momento serão escassos.

Queria que tivessem me contado que trocar a fralda não é tão simples quanto parece. Sim você vai tomar várias enxurradas de xixi e, acredite, de cocô também. E tudo bem... você nem vai se importar.

Queria que tivessem me contado que a dor de um filho tem uma intensidade muito maior na gente. Como dói. Meu Deus... o sofrimento deles toma proporções imensas dentro da gente.
Também gostaria de ter sabido que não é fácil educar. Ok, isso todo mundo fala, mas queria que tivessem me contado o quão difícil é. Você acha que está fazendo errado e faz certo ou vice-versa... e só o tempo vai dizer o resultado. Queria que tivessem me contado que eu tinha que ter paciência e serenidade para esperar pacientemente esse resultado.

Gostaria que tivessem me contado que bagunça de criança não incomoda tanto assim. Que isso é sinal de saúde e esperteza. Que qualquer coisa que eles fazem a gente acharia lindo (mesmo não sendo tão lindo assim). Que me emocionaria por qualquer palavra doce ou qualquer gesto de carinho.
Ah, queria também ter sabido que cada demonstração de amor deles me deixaria cada dia mais apaixonada.

Que um bebê pode virar sua vida de cabeça pra baixo e que eu acharia isso o máximo.

Queria ter sabido que amor de mãe é o único que aumenta quando se divide. Porque sim, isso é possível!
Queria ter sabido da dificuldade que é arrumar três crianças pra sair de casa e não chegar atrasada. Queria ter sabido que o banho deles é um grande momento de diversão.
Queria ter sabido que saudade de filho dói. Fisicamente. Dói demais. E que birras e chateações passam rapidinho... e fica tudo bem.
Queria ter sabido que um abraço cura tudo.

Que paciência é uma coisa imprescindível para a boa convivência e, que nem sempre ela existirá. Queria ter sabido que viveria com culpa.
Que minha responsabilidade como ser humano nesse mundo tem um peso muito maior. Três vezes maior.
Que fazer supermercado viraria um grande evento. E que levá-los ao supermercado não é uma boa ideia.... ah como eu queria ter sabido disso antes.

Mas, se tivesse sabido tudo isso antes, será que aprenderia a ser mãe? Assim, do jeitinho que sou... certo ou errado... não sei... meu jeito único por ser a única mãe que meus filhos tem.
Acho que não... Sou assim porque vivi. Errei, aprendi, acertei, errei de novo... aprendi de novo. E daqui a pouco, erro novamente e aprendo novamente e assim vamos.

Nessa montanha russa de tentativas, acertos e erros. Juntos.

Eles comigo e eu com eles. Sempre. Juntos.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Episódio 12: E QUANDO ELES NOS MAGOAM?


Não é sempre que nosso relacionamento com nossos filhos é um mar de rosas. Conforme eles crescem, a comunicação, as imposições, as vontades crescem também. E como lidar com tudo isso?

As crianças se envolvem com amigos de escolas com criações diferentes e acham que, porque um faz, eles podem também fazer. Mesmo sabendo que na sua própria casa, algumas atitudes não são admitidas.
As crianças quando crescem, acham que tem os mesmos direitos dos adultos. E ensiná-los que pai e mãe devem ser respeitados é uma tarefa árdua e difícil. Porque eles tem certeza que podem nos tratar como amigos. E não somos. Podemos ser, mas antes de tudo, somos pai e mãe e devemos exigir ser tratados como tal.

E o que fazer quando eles nos magoam? Quando falam o que verdadeiramente pensam, sem perceber que isso teve consequência dolorida?
Criança quando quer atenção fala o que quer. E, assim, consegue a atenção.
Claro que a mágoa de filho passa. E até passa rapidamente. Afinal, o amor e verdadeiramente incondicional e não demora a ultrapassar toda e qualquer situação desagradável.
Mas, todos dizem: “São criancas, não falam por mal. Isso passa... é fase...”
E me pergunto, será mesmo? Será que não fazem tudo isso e falam o que quer sabendo que magoam? E, assim, tem a tão sonhada atenção que acham que não tem?

Falo por mim. Fico o tempo inteiro com meus filhos. Ok, a bebê nasceu faz 2 meses e isso e importante para mudanças de comportamento. Mas será que meu filho não percebe o que fala?

Eu o conheço o suficiente pra saber de sua inteligência. Sim, ele sabe. Ele sabe que magoou quando disse que eu não era uma boa mãe. Mas o que e ser uma boa mãe? Além de impor limites, dar carinho e atenção?

Uma mãe para três passa por isso. Passa pelos filhos se acharem injustiçados por dar mamar pra uma bebê quando ela precisa. E não entendem que tudo se divide. Inclusive a mãe.
A magoa passou. Mas doeu. Muito. E ele ficou de castigo. Penalizado por uma atitude inadmissível. Acho e espero que ele tenha entendido.

O que mais me aflige e saber que talvez, tenha sido apenas a primeira magoa. Na vida, eu magoarei e serei magoada. Não adianta. Relacionamentos são assim.
Mas de filho dói. O se dói... e como dói....

Mas, como toda magia da maternidade, passa. Passa mesmo. Completamente.

E ai eu percebo que estou fazendo `meu trabalho`. Mostrando a eles o que pode e o que não pode. Mesmo doendo.

Crianças precisam de limites. Pedem limites. E, por mais difícil e doloroso que seja, temos que dar. 
Só assim para educar e criar futuros homens de bem...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Episódio 11: O QUE ACONTECE ÀS 19 HORAS?

Tenho certeza que não é só na minha casa.
Aqui, às 19 horas é o horário da grande problemática familiar. Tenho algumas teorias, mas é incrível como nesse horário as coisas saem do prumo e a confusão se arma. Por nada.
Meninos chegam da escola e vão direto para o banho. Essa é a rotina às 18 horas. Tomam banho e já começam a se estressar (pelo shampoo, pela cor da água, pelo sabonete... enfim, pelo que puder ser motivo de discussão).
Saem do banho e jantam. Quer dizer, pelo menos tento dar a janta. SEMPRE há reclamação, isso não como, isso não quero. Daí, já começam a aparecer meus primeiros cabelos brancos. 
“-Aqui não é restaurante e vão comer o que tem à mesa!”. Pronto! Choro na certa....
imagem: Pinterest

Depois, marido chega. E quando chega, já vê a confusão. Nunca consigo falar com ele tranquilamente. Meninos chorando, eu descabelada e a bagunça na cozinha.

Janta dada, meninos vão assistir um pouco de televisão.
Sento para jantar com o marido. Basta sentar que sempre escuto: “-Mamãe, preciso fazer cocô!”. Eu digo, vai filho e me chama quando acabar... é o tempo certo de fazer o prato, colocar no microondas para então dar a primeira garfada... Doce ilusão.
Sempre na primeira garfada vem: Manhêêêê, termineiiiiiiiiiiiiii!
E lá vou eu. E o marido esperando...

E  volto para então, finalmente jantar. Ah não... não é tão simples assim. Sempre, na segunda garfada, vem meu mais velho, pedindo uma fruta. Eu digo: Filho, vai lá e pega. E ele responde: Ah mamãe, gosto de comer sem casca... tira pra mim?
E lá vou eu. E o marido esperando...

E volto para jantar. Normalmente chego  um pouco mais da metade do prato (enquanto ouço brigas por conta do canal que vão assistir) e chega a hora da sobremesa. Sobremesa? Que nada... começam as cólicas da bebê.
E lá vou eu. Ela chora, chora, chora; eles discutem, brincam, aumentam e diminuem o volume... e eu balançando prá lá e prá cá...
E o marido? Entra na dança!

Sobe com os meninos para mudar o foco e diminiuir a barulheira. E eu? Balançando prá lá e prá cá. E a bebê? Chorando... E os meninos? Discutindo...
Passam alguns minutos (às vezes muuuuuitos minutos), a bebê acalma; os meninos acalmam, eu acalmo e o marido acalma.

Então lá vai o marido com o mais velho pra dormir. Esse dorme rapidinho. E eu? Dando mamar. E o do meio? Fazendo estrepulias na minha cama, enquanto eu tento dar mamar no silêncio... ah tá...
Volta o marido e coloca o do meio pra dormir. Esse demora mais um pouco.
E eu? Dando mamar.

Volta o marido e vai para o seu tão sonhado banho. E eu? Dando mamar...
Quando ele sai do banho, já estou na 5ª ou 6ª vez voltando no quarto da bebê para recolocar a chupeta que ela insiste em cuspir, mas que também não acalma e dorme sem ela...
Quando, finalmente, os três dormem, vou para o banho. E relaxo. E penso. E curto o silêncio.

E quando volto ao quarto para finalmente dar atenção, conversar sobre o dia... o marido? Dormindo...

E sabe o que é o mais engraçado? Amamos essa loucura toda. De todos os dias. De muita gente. De família grande.
Vou para o meu sono para tentar recuperar a serenidade que, no dia seguinte, tudo se repete!!!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Episódio 10: FÉRIAS – ALEGRIA OU LAMENTO?

Quando eu era criança, as férias eram o período do ano mais esperado.
Acabava o semestre exausta e cansada de tanta matéria,  de ficar tanto tempo longe de casa. Amava pensar que ficaria mais tempo com a minha mãe e com meus avós. Ou que ia ä praia com minha tia e primas, ou para a chácara com meus pais...


Agora, sou mãe. E férias escolares me dão um pouco de desespero.
Reclamo da bagunça, brigo porque eles brigam, não tenho tanto tempo quanto gostaria pra fazer tudo o que planejei com eles, porque eu não tenho férias e continuo trabalhando. Em casa. Com eles. Muito complicado.

Mas aí me sinto a pessoa mais egoísta desse planeta. Por que quando eu era criança recebia a atenção de todos e agora que tenho crianças reclamo?
Feio isso não?
Meus filhos tem o direito de curtirem a casa, seus brinquedos, bagunças e até discussões. Não são eles os errados. Sou eu.
Eles são crianças agitadas, que precisam de atividades, espaço mas, principalmente de atenção. E eu reclamando....

Claro que não seria hipócrita em dizer que é fácil não se estressar com as brigas, ou fingir que não está vendo a bagunça uma hora depois de ter sido arrumado... Mas são crianças saudáveis, espertas e alegres. E só posso agradecer.
Agradecer, inclusive, pela bagunça...
Estou tentando fazer dessas férias diferentes. Olhar com um olhar menos egoísta. Pensar mais neles do que em mim. Fácil? Nem um pouco.
Mas estamos aqui para aprender.


Daqui a pouco, eles querem passar as férias com amigos e namorada. E eu? Vou sentir falta de toda essa agitação, bagunça e discussões. E ver que todo o nervoso não valeu a pena.
Daqui a pouco, eles não vão mais querer (e nem precisar) da minha companhia. E eu? Vou chorar horrores e me arrepender de não ter dado tudo o que podia pois estava ‘ocupada’... ou no computador, ou no celular... ou simplesmente alheia.
Daqui a pouco eles crescem. E eu? Vou ter ainda mais certeza que o tempo não volta atrás.
Então, respira fundo.... e ‘bora’ curtir esses momentos que não voltam mais!!!!

Eu e meus pequenos na sessão cinema de hoje!!