quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Episódio 21: SER UMA MÃE SUFICIENTEMENTE BOA



Por que me cobro tanto em ser uma mãe perfeita? Por que sinto tanto medo de errar? Por que sofro com a possibilidade de fazer pouco ou fazer demais?

Essas perguntas me atormentam e me angustiam... Porque sei exatamente que é impossível ser perfeita. É impossível não errar.


Eu erro. Muito. Perco a paciência, grito, brigo, castigo... Mas aí me pergunto: será que isso é mesmo errar? 
Será que o certo é passar por cima do que eu julgo correto para não fazer meus filhos sofrerem?

Acredito que não. Prefiro ser eu a frustrar meus filhos do que a vida mais lá pra frente... Porque a vida pode ser cruel. Pode machucar. E a vida pode não ter pena...

Faço absolutamente tudo o que posso para meus filhos serem saudáveis e felizes. E ponto final.

Por isso minha meta não é buscar a perfeição. É buscar ser suficientemente boa para que, no futuro, eu seja dispensável. Para que, no futuro, meus filhos saibam o que é certo, o que é errado e possam ter a liberdade de escolher qual destino tomar.

Medo? Tenho muito. Muito medo do futuro. Mas, infelizmente, não cabe a mim protegê-los para sempre. Eles são do mundo.
Por isso tento, enquanto pequenos, criá-los para formá-los seres humano de bem.

E sabe o que eu acho? Que estou conseguindo.
Mesmo brigando, mesmo gritando, mesmo me descabelando e, às vezes, fazendo tudo errado, eu sei que a essência deles é do bem.

Tenho fé de conseguir ser uma boa mãe. E só. Nada mais do que isso.



sábado, 30 de novembro de 2013

Episódio 20: DAR LIMITES

Criar um filho exige trabalho, tempo, disposição, dedicação, paciência e ensinamentos.
Quando escuto a expressão: Ser pai é padecer no paraíso; hoje entendo. Não existe no mundo coisa melhor do que ver seu filho crescer, do que ser pai e mãe, do que entender o que é ter seu coração fora do corpo.

Mas, como tudo, tem o lado difícil e trabalhoso. Dar limites não é nada fácil... nada mesmo. Eu não sei os outros, mas aqui em casa dar limite é fundamental, mas nem sempre dá certo... e aí se explica o “padecer”. Nossa, como é trabalhoso.

Acredito piamente que crianças precisam de limites para serem felizes. Criança que pode tudo, se frusta lá na frete, na vida... e tenho certeza que de maneira muito mais dolorida.

Criança precisa entender que existem outras pessoas no mundo e que, por isso, precisam e devem dividir. Devem respeitar o limite do outro. Entender que o direito deles acabam onde começa o direito do outro.
Eles precisam entender que o mundo (infelizmente) não gira em torno deles e o que o centro do universo passa longe de ser o umbigo deles... Eles precisam se frustrar e aprender a tolerar frustrações.

Precisam compreender que muitas coisas podem ser feitas e outras não. Que existem regras e que devem ser cumpridas. Que devem respeitar os mais velhos. Que devem ajudar o próximo sempre que possível.

Eles precisam crescer sabendo o que é necessidade e o que é desejo. Desejo a gente satisfaz quando dá e necessidade precisa sempre ser sanada. Precisam ter privacidade mas, que para isso, precisam se respeitar para ser respeitado.

Lendo isso percebo o quão é importante o nosso exemplo. Não podemos cobrar se não fazemos. Se não mostramos.
Nenhum ensinamento é melhor do que o exemplo. Dar limites não é uma questão de opção (apesar de alguns acreditarem nisso).


Dar limites é dar amor. 

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Episódio 19: TUDO POR UMA NOITE DE SONO...

Por que será que toda mãe tem aquela olheira profunda??
Será porque uma noite de sono é uma noite premiada? Única? Inédita?

Sim. Sim. Sim.
Minhas olheiras estão cada vez mais profunda. Aqui, como são três, im-pos-sível dormir uma noite inteira, ou 8 horas seguidas.
Quando a bebê resolver chorar de fome, lá vamos nós fazer a mamadeira, dar a mamadeira e coloca-la novamente para dormir.

Quando ela dorme, o mais velho resolve que é hora de sentir medo. E que, pra passar, precisa da mãe ou do pai na cama dele. E lá vamos nós caçar monstros e espantar o medo.

Quando ele resolve dormir e vencer o medo, a bebê acorda novamente. Dessa vez, não de fome, mas porque resolveu tossir tanto que perdeu a chupeta. E lá vamos nós colocar a chupeta na criança.

Enfim, quando me deito e me cubro, o do meio resolve que é hora de fazer xixi e, que pra isso, precisa anunciar aos quatro ventos: PRECISO FAZER XIXI!!
Então lá vamos nós acompanhar ou simplesmente mostrar pra ele que estamos felizes que ele acordou pra fazer xixi.
E começamos novamente... tentar dormir. Dormir...

Passa 40 minutos, a bebê resolve que já está com fome novamente. Quer mamar no peito, mama em um, mama no outro e dorme. Quando colocamos novamente no berço ela resolve que não quer deitar naquela hora e chora... chora... chora...

E lá vamos nós acalmar a criança que chora...

E começamos novamente a batalha por uma noite inteira de sono. Batalha vencida... pelo sono...
E lá vamos nós começar mais um dia, onde não se dorme a tarde e nem se tem tempo para descansar...


zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Episódio 18: RENÚNCIAS DE MÃE

Sempre soube que, junto à maternidade, vinham também as renúncias. Renúncias essas que vem junto com tudo o que ganhamos quando somos responsáveis por outra pessoa. 

Mas, sinceramente, não imaginei que seriam tantas. 
E sabe de uma coisa? Não me arrependo por tudo o que renunciei e por tudo o que ainda vou renunciar. Porque o que se ganha literalmente não tem preço. 

Renunciei a tudo o que era inconsequente e o que era desnecessário. Abri mão de restaurantes por um longo período (e ainda abro). Deixei de sair à noite, de ir ao cinema com tanta constância, de ser uma workaholic. 
Abri mão do meu trabalho como arquiteta. Abri mão da minha promissora carreira. 

Deixei de reconhecer baladas, músicas e moda. Deixei de saber noticias do dia. Deixei de beber. De fumar. Deixei de dirigir rápido. Tenho medo de xingar no trânsito. 

Tenho, agora, medo de avião. Tenho pânico de me machucar ou de que algo aconteça comigo. Passei a acreditar mais em Deus e nos anjos da guarda. Passei a admirar um simples abraço e a amar um sorriso desdentado. 

Passei a chorar a toa, acreditar em fadas e em super heróis. Passei a transformar sonhos em realidade, em cada festa pronta por mim. Agora, acredito em previsão do tempo. Não saio de casa sem protetor, remédios e comidinhas especiais para crianças. Não dirijo rápido. Não falo mal no trânsito. 

Agora, descobri que sou exemplo. E, mesmo completamente imperfeita, tento ser o melhor exemplo que posso. Renunciei ao supérfluo e ganhei o impagável: o amor incondicional. 

 Ganhei ver tantos pares de olhos me admirando. A cada desenho, a cada recorte, a cada carinho eles me admiram. E como admiram. Aprendi a entender choros e gritos, e manhas e birras. Aprendi duramente, mas aprendi. 

Aprendi a tolerar o que antes era intolerável. A respeitar o que antes era bobagem. A amar o que antes eu achava que era gostar. Renunciei ao meu passado. Os relacionamentos que certamente não dariam certo para encontrar o melhor relacionamento. O melhor companheiro e o melhor pai que meus filhos podem ter. 

 Renunciei à arrumação de casa. Hoje, se está bagunçado, está arrumado. Renunciei às viagens pelo mundo. Hoje, aprendi a perdoar. 

Hoje, olho para trás e vejo tudo o que poderia ter sido diferente. Imaginando como estaria hoje sem meus filhos... E sabe o que? Sem tudo isso ao que renunciei, estou completa. Estou melhor. Sou melhor. 

 Pois, aprendi a me doar sem esperar nada em troca. 

A amar sem cobrar. 

 Simples assim.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Episódio 17: AS 50 COISAS QUE QUERO ENSINAR MEUS FILHOS

1. Amar eh delicioso, mas pode machucar. 
2. Felizes para sempre deve ser todo dia, um dia de cada vez.
 3. Respirar fundo antes de falar o que pensa. 
4. Respeitar sempre os pais, mesmo que eles estejam errados. 
5. Compreender que eles não são perfeitos e fazem de tudo pra não errar. 
6. Que pra passar numa boa faculdade, tem que estudar. 
7. Que mesmo achando que esta fazendo escondido, os pais sempre sabem o que você esta fazendo (ou pensando em fazer). 
8. Ficar descalço na grama. Sempre. 
9. Tomar banho de chuva. 
10. Ler um bom livro. 
11. Rezar. 
12. Ter fe e paciência. 
13. Ser benevolente e altruísta 
14. Não discriminar. 
15. Seus irmãos são seus melhores amigos. 
16. Não cobre carinho ou atenção. Você terá de quem você conquistou. 
17. A fila anda. Não sofra. Dor de amor passa. 
18. Terminar um namoro não eh o fim do mundo. 
19. Estudar pode não ser bacana sempre, mas e realmente necessário. 
20. Dedicação em tudo o que você fizer. Seja o que for, faca bem feito. 
21. Não desista. Se não foi da primeira, será da segunda ou terceira. Mas você eh capaz de conseguir tudo o que quiser. 
22. Uma historia mal resolvida fica pra vida inteira. 23. Viaje. Trabalhe, junte dinheiro e viaje pelo mundo. 24. Sinta todos os cheiros... cheiros são lembranças. 25. Tire muita foto. O tempo passa rápido demais. 
26. De atenção. Escute e olhe dentro dos olhos. Isso eh sinal de interesse pelo próximo. 
27. Tudo eh uma fase. Tenha paciência, que passa. 
28. Faca sua parte. Em tudo. Mesmo que não seja reciproco. 
 29. Durma e descanse bastante. 
30. Sempre coma pratos que tenham pelo menos 5 cores. Isso eh saudável. 
31. Faca amigos. Muitos amigos. Mas não se iluda. Poucos serão verdadeiros. 
32. Mantenha contato com as pessoas. 
 33. Fique junto da sua família. 
34. Tenha um animal de estimação. 
35. Construa uma família e não desista dela. 
36. Seja um bom cidadão. Um ser humano de bem. 37. Seja firme. 
38. Chore. Chorar não e sinal de fraqueza, e sinal de humanidade. 
39. Você pode ser a diferença na vida de outro alguém. 
40. Case com alguém que você ame. A paixão passa com o tempo. 
41. De risada. Muito. De tudo! 
42. Dance. Se divirta. 
43. Você eh importante para esse mundo. 
44. Trate bem da sua esposa/marido. 
 45. Respeite para ser respeitado. 
46. Converse sempre. 
47. Não tire conclusões precipitadas. 
48. Tenha paciência. 
49. Lute pela sua felicidade todos os dias. 
50. Ame incondicionalmente.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Episódio 16: A TERCEIRA LEI DE NEWTON

“A toda ação há sempre uma reação oposta e de igual intensidade.”



Já repararam como essa lei faz parte do nosso dia-a-dia e, muitas vezes, nem percebemos? Eu mesma estava vivendo uma fase onde estava recebendo dos meus filhos exatamente o que estava dando e ainda reclamava.
Eu só brigava. Eu só gritava. Eu só reclamava. E eles? Eles só brigavam, eles só gritavam e eles só reclamavam...

Triste isso não? Pois bem... Comecei a prestar atenção que exatamente o que eu fazia, eles faziam. Eu sou o espelho. Sou a base. Sou o porto seguro.
Se eu estou meio desajustada, como cobrar que eles, pequenos, não estivessem?
A chegada de um novo ser numa família desestrutura um pouco tudo o que estava já acomodado... Isso não só com os irmãos...
Comigo também mexeu muito. Muito amor que não cabia em mim, mas, mais uma grande responsabilidade. Mais um ser humano dependente integralmente de mim (por um bom tempo). E isso me assustou, me afligiu e me deixou insegura.

Mesmo sendo o terceiro e eu sabendo tuuuuuuudo o que tinha pela frente.
Mas os mesmos medos, as mesmas inseguranças e algumas duvidas ainda apareceram... E eu, que sem perceber, deixei aparentar tudo isso dei a “liberdade” dos meus meninos também se desajustarem. E eles se desajustaram.

Então, percebi que eu havia mudado com eles e, por isso, eles haviam mudado comigo. E era exatamente isso que me afligia.
Consegui enxergar que precisava mudar. Que precisava me acalmar para que eles se acalmassem. Que precisava de ajuda.

Dito e feito. Sigo o mantra: eu não vou perder o controle.
E sabem o que? Não perco.

Agora converso ao invés de gritar. Agora exemplifico ao invés de ameaçar. Mudei. E com isso eles mudaram.


E hoje, estamos assim... Mais calmos. Eu com eles e eles comigo...

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Episódio 15: SÓ POR HOJE

Só por hoje vou dizer eu te amo. Só por hoje não vou ligar para má criação.
Só por hoje não vou me preocupar com a friagem. Vou tentar não ser perfeccionista e tentar não cobrar a perfeição.
Só por hoje vou comer porcaria e dormir de tarde. Só por hoje, vou deixar os filhos com os avós e sair com o marido.
Só por hoje vou abraçar até esmagar as crianças. Não vou gritar e nem brigar. Só por hoje não vou ligar para a bagunça nem para a sujeira de comida na cozinha.
Só por hoje não vou comparar meus filhos com o dos outros. Não vou me preocupar se eles tomaram banho ou não.
Só por hoje não quero ouvir “mamãe” a cada milésimo de segundo. Não quero ouvir reclamação. Não quero ouvir choro.
Só por hoje não vou trabalhar.
Só por hoje quero silêncio. Quero não ser interrompida. Quero ter uma longa conversa ao telefone.
Quero um banho demorado. Quero ter tempo para fazer escova no cabelo. Quero tranquilidade.
Só por hoje quero ficar sozinha. Ler um livro inteiro (que não seja de contos de fadas). Quero calma. Quero falar baixo e ser ouvida. Quero ser obedecida.

Utópico? Totalmente...

Porque se isso acontecesse seria vazia. Triste.
E com toda essa confusão diária, cansativa e estressante, minha vida não seria completa.
Eu não seria feliz e realizada. Como mulher, como mãe.
Com todas as dificuldades que isso implica. Com todos os obstáculos.
Estou aqui pro que der e vier. Dando o meu melhor. Entregando o que posso e recebendo o que mereço.
Pois, como diz a oração mais linda desse mundo: “...  é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado...”



sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Episódio 14: O QUE APRENDI DEPOIS QUE VIREI MÃE

1.       Mesmo quando não estão olhando, eles estão prestando atenção na nossa conversa;
2.       Ciúme de irmão independe da idade;
3.       Posso lidar muito bem com miolo de pão babado;
4.       Consigo fazer coisas com a bebê no colo que até Deus duvida;
5.       Trocar a fralda pode ser a coisa mais complicada desse mundo;
6.       Porque as pessoas se atrasam para compromissos quando se tem 3 filhos;
7.       Dar banho em dois ao mesmo tempo pode não ser uma boa ideia;
8.       Ter um tempo exclusivo com cada um é extremamente importante;
9.       Depois de um tempo você aprende a lidar com birra;
10.   Sou mais forte do que imaginava;
11.   Sou mais fraca do que imaginava;
12.   Sou confusa;
13.   Crianças exigem limites;
14.   Paciência é uma virtude para poucos;
15.   Brinquedos caros não valem a pena;
16.   Paredes pintadas duram pouquíssimo tempo;
17.   Aguentar cheiro de pum de filho pode ser possível;
18.   A dor deles dói mais na gente;
19.   Crianças podem ser atores dignos de um Oscar;
20.   Fazê-los felizes não é tão simples como parece;
21.   Quanto mais atenção eles ganham, mais eles querem;
22.   Um tuppewear é mais eficiente que um Fischer Price;
23.   TV a cabo com canal infantil é uma dádiva;
24.   É possível viver quando eles não estão perto;
25.   Irmãos mais velhos perto de uma bebe pequena pode ser perigoso;
26.   Férias escolares são para os fortes;
27.   Crianças usam pilha duracel;
28.   Sempre pedir ajuda;
29.   Ter um marido parceiro e presente ajuda bastante;
30.   Primos juntos pode ser uma loucura incontrolável;
31.   Ir ao cinema pode ser um programa maravilhoso, mesmo o filme sendo dublado;
32.   Sair de casa com eles pode ser um evento;
33.   Ficar sentado a mesa de um restaurante pode ser um grande desafio;
34.   Eles são muito engraçados;
35.   Um abraço pode ser a solução de vários problemas;
36.   Criticas são difíceis de aceitar, mas as vezes necessárias;
37.   Seus pais passam a ser compreendidos;
38.   Importante manter amizades;
39.   Que a felicidade só está completa com eles;
40.   Que eles são minha vida!

Qual seu maior aprendizado? 

terça-feira, 23 de julho de 2013

Episódio 13: QUERIA QUE TIVESSEM ME CONTADO ANTES

Ah como eu queria... queria muito que tivessem me contado antes da maternidade tudo o que vinha pela frente.

As pessoas comentam como é o amor  
Meus preciosos
incondicional por um filho. E realmente é. Impressionante como só quem é mãe entende o que exatamente é esse amor.
Mas, queria que tivessem me contado que realmente devemos aproveitar os minutos de calma da gestação para dormir. E muito. Depois, com certeza esses momento serão escassos.

Queria que tivessem me contado que trocar a fralda não é tão simples quanto parece. Sim você vai tomar várias enxurradas de xixi e, acredite, de cocô também. E tudo bem... você nem vai se importar.

Queria que tivessem me contado que a dor de um filho tem uma intensidade muito maior na gente. Como dói. Meu Deus... o sofrimento deles toma proporções imensas dentro da gente.
Também gostaria de ter sabido que não é fácil educar. Ok, isso todo mundo fala, mas queria que tivessem me contado o quão difícil é. Você acha que está fazendo errado e faz certo ou vice-versa... e só o tempo vai dizer o resultado. Queria que tivessem me contado que eu tinha que ter paciência e serenidade para esperar pacientemente esse resultado.

Gostaria que tivessem me contado que bagunça de criança não incomoda tanto assim. Que isso é sinal de saúde e esperteza. Que qualquer coisa que eles fazem a gente acharia lindo (mesmo não sendo tão lindo assim). Que me emocionaria por qualquer palavra doce ou qualquer gesto de carinho.
Ah, queria também ter sabido que cada demonstração de amor deles me deixaria cada dia mais apaixonada.

Que um bebê pode virar sua vida de cabeça pra baixo e que eu acharia isso o máximo.

Queria ter sabido que amor de mãe é o único que aumenta quando se divide. Porque sim, isso é possível!
Queria ter sabido da dificuldade que é arrumar três crianças pra sair de casa e não chegar atrasada. Queria ter sabido que o banho deles é um grande momento de diversão.
Queria ter sabido que saudade de filho dói. Fisicamente. Dói demais. E que birras e chateações passam rapidinho... e fica tudo bem.
Queria ter sabido que um abraço cura tudo.

Que paciência é uma coisa imprescindível para a boa convivência e, que nem sempre ela existirá. Queria ter sabido que viveria com culpa.
Que minha responsabilidade como ser humano nesse mundo tem um peso muito maior. Três vezes maior.
Que fazer supermercado viraria um grande evento. E que levá-los ao supermercado não é uma boa ideia.... ah como eu queria ter sabido disso antes.

Mas, se tivesse sabido tudo isso antes, será que aprenderia a ser mãe? Assim, do jeitinho que sou... certo ou errado... não sei... meu jeito único por ser a única mãe que meus filhos tem.
Acho que não... Sou assim porque vivi. Errei, aprendi, acertei, errei de novo... aprendi de novo. E daqui a pouco, erro novamente e aprendo novamente e assim vamos.

Nessa montanha russa de tentativas, acertos e erros. Juntos.

Eles comigo e eu com eles. Sempre. Juntos.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Episódio 12: E QUANDO ELES NOS MAGOAM?


Não é sempre que nosso relacionamento com nossos filhos é um mar de rosas. Conforme eles crescem, a comunicação, as imposições, as vontades crescem também. E como lidar com tudo isso?

As crianças se envolvem com amigos de escolas com criações diferentes e acham que, porque um faz, eles podem também fazer. Mesmo sabendo que na sua própria casa, algumas atitudes não são admitidas.
As crianças quando crescem, acham que tem os mesmos direitos dos adultos. E ensiná-los que pai e mãe devem ser respeitados é uma tarefa árdua e difícil. Porque eles tem certeza que podem nos tratar como amigos. E não somos. Podemos ser, mas antes de tudo, somos pai e mãe e devemos exigir ser tratados como tal.

E o que fazer quando eles nos magoam? Quando falam o que verdadeiramente pensam, sem perceber que isso teve consequência dolorida?
Criança quando quer atenção fala o que quer. E, assim, consegue a atenção.
Claro que a mágoa de filho passa. E até passa rapidamente. Afinal, o amor e verdadeiramente incondicional e não demora a ultrapassar toda e qualquer situação desagradável.
Mas, todos dizem: “São criancas, não falam por mal. Isso passa... é fase...”
E me pergunto, será mesmo? Será que não fazem tudo isso e falam o que quer sabendo que magoam? E, assim, tem a tão sonhada atenção que acham que não tem?

Falo por mim. Fico o tempo inteiro com meus filhos. Ok, a bebê nasceu faz 2 meses e isso e importante para mudanças de comportamento. Mas será que meu filho não percebe o que fala?

Eu o conheço o suficiente pra saber de sua inteligência. Sim, ele sabe. Ele sabe que magoou quando disse que eu não era uma boa mãe. Mas o que e ser uma boa mãe? Além de impor limites, dar carinho e atenção?

Uma mãe para três passa por isso. Passa pelos filhos se acharem injustiçados por dar mamar pra uma bebê quando ela precisa. E não entendem que tudo se divide. Inclusive a mãe.
A magoa passou. Mas doeu. Muito. E ele ficou de castigo. Penalizado por uma atitude inadmissível. Acho e espero que ele tenha entendido.

O que mais me aflige e saber que talvez, tenha sido apenas a primeira magoa. Na vida, eu magoarei e serei magoada. Não adianta. Relacionamentos são assim.
Mas de filho dói. O se dói... e como dói....

Mas, como toda magia da maternidade, passa. Passa mesmo. Completamente.

E ai eu percebo que estou fazendo `meu trabalho`. Mostrando a eles o que pode e o que não pode. Mesmo doendo.

Crianças precisam de limites. Pedem limites. E, por mais difícil e doloroso que seja, temos que dar. 
Só assim para educar e criar futuros homens de bem...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Episódio 11: O QUE ACONTECE ÀS 19 HORAS?

Tenho certeza que não é só na minha casa.
Aqui, às 19 horas é o horário da grande problemática familiar. Tenho algumas teorias, mas é incrível como nesse horário as coisas saem do prumo e a confusão se arma. Por nada.
Meninos chegam da escola e vão direto para o banho. Essa é a rotina às 18 horas. Tomam banho e já começam a se estressar (pelo shampoo, pela cor da água, pelo sabonete... enfim, pelo que puder ser motivo de discussão).
Saem do banho e jantam. Quer dizer, pelo menos tento dar a janta. SEMPRE há reclamação, isso não como, isso não quero. Daí, já começam a aparecer meus primeiros cabelos brancos. 
“-Aqui não é restaurante e vão comer o que tem à mesa!”. Pronto! Choro na certa....
imagem: Pinterest

Depois, marido chega. E quando chega, já vê a confusão. Nunca consigo falar com ele tranquilamente. Meninos chorando, eu descabelada e a bagunça na cozinha.

Janta dada, meninos vão assistir um pouco de televisão.
Sento para jantar com o marido. Basta sentar que sempre escuto: “-Mamãe, preciso fazer cocô!”. Eu digo, vai filho e me chama quando acabar... é o tempo certo de fazer o prato, colocar no microondas para então dar a primeira garfada... Doce ilusão.
Sempre na primeira garfada vem: Manhêêêê, termineiiiiiiiiiiiiii!
E lá vou eu. E o marido esperando...

E  volto para então, finalmente jantar. Ah não... não é tão simples assim. Sempre, na segunda garfada, vem meu mais velho, pedindo uma fruta. Eu digo: Filho, vai lá e pega. E ele responde: Ah mamãe, gosto de comer sem casca... tira pra mim?
E lá vou eu. E o marido esperando...

E volto para jantar. Normalmente chego  um pouco mais da metade do prato (enquanto ouço brigas por conta do canal que vão assistir) e chega a hora da sobremesa. Sobremesa? Que nada... começam as cólicas da bebê.
E lá vou eu. Ela chora, chora, chora; eles discutem, brincam, aumentam e diminuem o volume... e eu balançando prá lá e prá cá...
E o marido? Entra na dança!

Sobe com os meninos para mudar o foco e diminiuir a barulheira. E eu? Balançando prá lá e prá cá. E a bebê? Chorando... E os meninos? Discutindo...
Passam alguns minutos (às vezes muuuuuitos minutos), a bebê acalma; os meninos acalmam, eu acalmo e o marido acalma.

Então lá vai o marido com o mais velho pra dormir. Esse dorme rapidinho. E eu? Dando mamar. E o do meio? Fazendo estrepulias na minha cama, enquanto eu tento dar mamar no silêncio... ah tá...
Volta o marido e coloca o do meio pra dormir. Esse demora mais um pouco.
E eu? Dando mamar.

Volta o marido e vai para o seu tão sonhado banho. E eu? Dando mamar...
Quando ele sai do banho, já estou na 5ª ou 6ª vez voltando no quarto da bebê para recolocar a chupeta que ela insiste em cuspir, mas que também não acalma e dorme sem ela...
Quando, finalmente, os três dormem, vou para o banho. E relaxo. E penso. E curto o silêncio.

E quando volto ao quarto para finalmente dar atenção, conversar sobre o dia... o marido? Dormindo...

E sabe o que é o mais engraçado? Amamos essa loucura toda. De todos os dias. De muita gente. De família grande.
Vou para o meu sono para tentar recuperar a serenidade que, no dia seguinte, tudo se repete!!!

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Episódio 10: FÉRIAS – ALEGRIA OU LAMENTO?

Quando eu era criança, as férias eram o período do ano mais esperado.
Acabava o semestre exausta e cansada de tanta matéria,  de ficar tanto tempo longe de casa. Amava pensar que ficaria mais tempo com a minha mãe e com meus avós. Ou que ia ä praia com minha tia e primas, ou para a chácara com meus pais...


Agora, sou mãe. E férias escolares me dão um pouco de desespero.
Reclamo da bagunça, brigo porque eles brigam, não tenho tanto tempo quanto gostaria pra fazer tudo o que planejei com eles, porque eu não tenho férias e continuo trabalhando. Em casa. Com eles. Muito complicado.

Mas aí me sinto a pessoa mais egoísta desse planeta. Por que quando eu era criança recebia a atenção de todos e agora que tenho crianças reclamo?
Feio isso não?
Meus filhos tem o direito de curtirem a casa, seus brinquedos, bagunças e até discussões. Não são eles os errados. Sou eu.
Eles são crianças agitadas, que precisam de atividades, espaço mas, principalmente de atenção. E eu reclamando....

Claro que não seria hipócrita em dizer que é fácil não se estressar com as brigas, ou fingir que não está vendo a bagunça uma hora depois de ter sido arrumado... Mas são crianças saudáveis, espertas e alegres. E só posso agradecer.
Agradecer, inclusive, pela bagunça...
Estou tentando fazer dessas férias diferentes. Olhar com um olhar menos egoísta. Pensar mais neles do que em mim. Fácil? Nem um pouco.
Mas estamos aqui para aprender.


Daqui a pouco, eles querem passar as férias com amigos e namorada. E eu? Vou sentir falta de toda essa agitação, bagunça e discussões. E ver que todo o nervoso não valeu a pena.
Daqui a pouco, eles não vão mais querer (e nem precisar) da minha companhia. E eu? Vou chorar horrores e me arrepender de não ter dado tudo o que podia pois estava ‘ocupada’... ou no computador, ou no celular... ou simplesmente alheia.
Daqui a pouco eles crescem. E eu? Vou ter ainda mais certeza que o tempo não volta atrás.
Então, respira fundo.... e ‘bora’ curtir esses momentos que não voltam mais!!!!

Eu e meus pequenos na sessão cinema de hoje!!

terça-feira, 25 de junho de 2013

Episódio 9: O PAI

Não acho justo apenas falar do papel da mãe na vida dos nossos filhos. 
O pai tem um papel tão fundamental quanto nós.

Por um bom tempo, o papel do pai é ser coadjuvante. Acompanha a mãe no pré natal, acompanha o parto e o nascimento mas efetivamente não tem um papel real na vida de um bebê tão pequeno. A mãe alimenta, a mãe acalenta, a mãe vive 100% do seu tempo para aquele pequeno ser.

Mas o tempo passa, e aquele bebê tão pequeno cresce (e rápido). E aí, começa a interagir com esse homem (ou figura paterna) que faz parte do dia-a-dia. Eles se reconhecem e se amam.

Para os meninos, principalmente, a figura paterna se torna um espelho. Quem nunca sonhou em ser como seu pai quando criança? Grande, forte, provedor, amigo e companheiro?
Para nós, meninas, quem nunca sonhou em casar com um homem como o pai? Carinhoso, dedicado e herói??

Os homens ganharam o dever e o direito de participar de cada etapa do desenvolvimento dos filhos. Eles ganham felicidade, amor e carinho mas também dão na mesma intensidade.

Meu pai é um grande homem. Sempre presente, sempre prestativo, sempre carinhoso e companheiro. Com esse exemplo, não poderia ter escolhido pai melhor para meus filhos.
Meu marido mudou; e muito, após a paternidade. Ele aprendeu a se doar sem medo. Criar sem expectativas, educar por bons princípios, ser mais paciente e, principalmente, compreendeu que nem tudo acontece como e quando ele quer.

imagem: Pinterest
Ser pai (independente de biológico ou não) é simplesmente se doar. Incondicionalmente. Não esperar nada em troca. É aprender todos os dias. É ensinar. É amar acima de qualquer coisa.
Hoje, vejo meus filhos irem aos jogos de futebol com o pai. À padaria, ao supermercado... essas atividades tão simples tem um peso tão grande na formação dos meus meninos. E isso me mostra o quanto um bom companheiro (seja pai ou não) pode ser um grande exemplo na formação do caráter dessas pequenas pessoas.

Um pai carinhoso, cria um marido carinhoso. Um pai amigo, cria um marido amigo. 
Um pai presente cria um grande homem.


E um grande homem pode fazer um mundo melhor.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Episódio 8: IRMÃOS:UMA RELAÇÃO MUITO ESQUISITA

Antes de ficar grávida, já tinha certeza que não teria um filho só. Sabia que não queria que meu filho não tivesse irmãos. Isso porque minha experiência de vida me mostrou o quanto preciso das minhas tão amadas irmãs.

Sou a terceira filha. Tenho duas irmãs mais velhas. Portanto, desde que nasci tenho irmãs. Tenho amigas.
Claro que quando éramos pequenas, nem tudo eram flores. Aliás, nem hoje.

Brigávamos pelos brinquedos, depois pelas roupas, depois até pelos meninos...

Mas, sempre aprendemos que irmãos são os melhores amigos. Pra sempre. E colocamos isso em prática. Todos os dias.
Hoje, ainda discutimos, brigamos, nos irritamos... mas ‘ai’ de quem falar um A delas pra mim. Sou capaz de ‘voar na jugular’ do infeliz. 

Minha irmã mais velha, desde que casou, mora longe e mesmo assim, parece ser minha vizinha. Claro que a saudade dói demais, mas nos falamos tanto, ela se faz tão presente na minha vida que às vezes até me esqueço da distância geográfica...incrível né?


Nós somos companheiras, cúmplices, amigas e confidentes. E isso, devo aos meus pais, que sempre nos ensinaram a nos respeitar e nos amar.
Hoje, luto para que meus filhos tenham, entre eles, essa mesma intensidade de relacionamento. 
Confesso que não é fácil.


Os meninos brigam como cães e gatos por espaço, por atenção, por brinquedo... Brigam pelo suco, quem sobe a escada mais rápido, quem chega primeiro, quem vai sentar no meio, quem vai comer mais, quem pega a irmã no colo, pelo shampoo....

Meu Deus, como brigam!

Mas basta um não estar que o outro pergunta. E fica triste pela ausência do irmão. Como entender? Como explicar?
Realmente a relação fraterna é muito esquisita.
E é tão esquisita quanto intensa. E linda. E profunda e eterna.

Planto para que eles sejam companheiros de vida, de caminhada. Que cada um construa sua própria família mas que mantenham o laço da infância.


Assim como nós.

Cibele e Karina, amo vocês ao infinito.

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segunda-feira, 17 de junho de 2013

Episódio 7: POR MAIS QUE EU TENTE, TEM COISAS QUE NÃO CONSIGO...

Será que sempre nos cobraremos? Será que algum dia conseguiremos passar um dia sem fazer absolutamente nada e lidar bem com isso?

Não consigo não me cobrar quando não cuido da casa. Quando não consigo dar atenção ao marido. Quando meus três filhos precisam de mim ao mesmo tempo. Quando um tem ciúme do outro. Quando dão trabalho na escola. Quando não tenho tempo pra cuidar de mim. Quando não consigo dar atenção aos amigos e familiares.
Não consigo não me cobrar quando esqueço de ler o recado na agenda. Quando tenho preguiça de trocar uma fralda. Quando não posso estar presente em todos os eventos que sou convidada. Quando não consigo visitar as pessoas que eu amo.
Quando não consigo ter tempo pra fazer a comida preferida das crianças. Aliás, quando não consigo fazer comida. Quando não consigo acalmar a cólica da bebê. Quando não consigo não dar bronca...

Por que nos cobramos tanto? Onde isso vai me levar?
Acho que a lugar algum. Porque não adianta me cobrar por coisas que estão fora do meu alcance. Sou humana. Sou uma só.
Mas, quando penso assim, me sinto egoísta. E, de novo vem a culpa.

Se eles estão muito apegados, acho que errei. Se eles se afastam, acho que errei também. Existe um meio termo?

Acredito que a culpa materna vem da vontade de ser onipresente e perfeita. Da vontade de não errar, da expectativa que colocamos nesses pequenos seres humanos.
Mas não se pode ser perfeita. Principalmente quando se trata de pessoas com vontades próprias, desejos, idéias e personalidades distintas.

Somos todas eternas insatisfeitas. As que trabalham, acham que deveriam estar em casa. As que estão em casa, acham que deveriam estar trabalhando fora. Quem tem babá, acha que não precisava e quem não tem, acha que devia ter... Se foi cesárea queriam parto normal e se culpam por não terem conseguido. Se perdem a paciência e brigam com o filho, se culpam por não terem se contido...
Incrível como no fundo, somos todas iguais. Pensamos da mesma forma e nos culpamos na mesma intensidade.

Mas será que essa culpa é um sentimento ruim? 
Eu não acho ruim. Pra mim, ela é claramente o reflexo de quanto somos cuidadosas com àqueles que somos responsáveis. Isso vem em mãe zelosa, cuidadosa, carinhosa e que realmente nasceu para ser mãe. Ela faz parte da vida daquelas que cuidam do que fazem com o outro.


Como diz o famoso livro do Pequeno Príncipe: “Você se torna responsável por aquilo que cativas.”
E, se o que foi cativado é um filho, essa frase tem uma intensidade ainda maior.
Quando sinto que estou me culpando por algo que não posso mudar: paro, respiro, penso e deixo a vida fluir naturalmente.

E, se acho que é algo que posso mudar. Tento. Tento até a exaustão. 

Por que?

Porque sou mãe. E tenho o direito de errar. Mas corro sempre para acertar!!

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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Episódio 6: MAIS APRENDO DO QUE ENSINO

Sempre achei que quando virasse mãe ia ensinar meus filhos a fazerem de tudo. Claro! Como pode ser o contrário?

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Ensinei muita coisa. Ensinei a falar, a andar, a usar o banheiro, a tomar banho, se trocar.... Ensinei a respeitar os mais velhos, a ser gentil, ser caridoso com os menos favorecidos... enfim, ensinei meus valores e ensinei o que acho correto.

Mas, para minha surpresa, aprendi muita, muita, muita coisa.

Eles me ensinaram que meu beijo cura qualquer machucado, diminui qualquer dor e acalma qualquer nervoso. Me ensinaram que buscar na escola é suficiente para fazê-los felizes.
Aprendi a me doar sem esperar nada em troca. Aprendi que um sorriso deles cura qualquer noite mal dormida ou tira qualquer tristeza do meu coração. Aprendi que posso ser um exemplo a ser seguido.
Me ensinaram que o simples fato de eu sentar e desenhar junto proporciona uma felicidade imensa. Que o melhor presente não está nas lojas. Está aqui.

Que tudo o que eles precisam é de mim. Não fisicamente. Posso estar distante mesmo estando perto...daí não serve. Tem que estar de corpo e alma. Com vontade. Tempo com qualidade, mesmo que seja pouco...
Aprendi a ter medo da perda. Aprendi que mesmo não querendo, preciso ser rígida. Aprendi a ser forte e fraca na mesma intensidade, por incrível que pareça.
Aprendi a conviver constantemente com antônimos – medo, coragem; força, fraqueza; gentileza, rispidez; amor, raiva...
Aprendi que minha presença, minhas atitudes e palavras refletem diretamente na formação do caráter deles. E que isso me aflige um pouco.
Aprendi que ‘dou conta do recado’ e que o destino foi muito benevolente comigo!

Com eles, aprendi a compreender meus pais.
Aprendi que posso ter três corações além do meu. Aprendi a ter mais fé, a confiar ainda mais em Deus e a Lhe entregar a vida dos meus pequenos.

Eles me ensinam a viver como nunca tinha vivido.
A sorrir como nunca tinha sorrido.
A aceitar como nunca tinha aceitado.
A lutar como nunca tinha lutado.
A me doar como nunca tinha feito...


Eles me ensinam, eu aprendo. Eu ensino, eles aprendem...

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Episódio 5: SIM, FAZEMOS COISAS ESCONDIDAS!!


Por que é que todo mundo acha que as mães não têm defeitos? Ou não erram? Ou não mentem? Ou não escondem??
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Por que a gente é considerada louca se falamos exatamente o que todo mundo faz e ninguém fala?
Tenho certeza que em algum momento você, mãe, jogou algum convite de festinha infantil sem seu filho saber só porque não estava com vontade de ir. Nunca? Eu já.
Você fez macarrão instantâneo por puuuuura preguiça de cozinhar.
Deu bala pra ver se conseguia parar o choro.
Mostrou a foto de uma boca cariada pra que ele entendesse como fica um dente sem ser escovado.
Pôs de castigo sem ter tanta necessidade assim...
Mandou ficar quieto porque estava com dor de cabeça.
Fingiu que estava dormindo só para o marido acudir a criança de madrugada.
Enganou seu filho dizendo que o guarda prende criancinha que não usa cinto de segurança.
Gritou com a criança simplesmente porque você estava cansada.
Chorou de mentira para ver se seu filho se arrependia da birra.
Mandou não cutucar o nariz, mas quando tá sozinha já cutuou...
Mentiu por ele para o marido, para que o pai não brigasse.

Nunca??? Eu já, eu já, eu já e eu já!

Eu entendo que somos seres humanos passíveis de cansaço, stress, irritação, raiva e sensibilidade. Não somos apenas a ‘instituição’ mãe.
Precisamos de silêncio, de um tempo. Precisamos perceber que somos pessoas separadas do título mãe. Precisamos saber quem somos.

E quem sou eu se não sou apenas a mãe? Vixi... tenho tantas funções. E adoro. E não abriria mão de nenhuma.
Sou esposa, filha, dona de casa, empresária, amiga, irmã, neta, tia, madrinha, prima, nora, cunhada, patroa, prestadora, empregada...
Mas antes de tudo sou eu. Eu mesma. Do meu jeito. Certo ou errado...

Quem nunca, quando criança, odiou os pais porque não pôde ir à uma festa? Ou simplesmente porque ficou de castigo? Ou até por não entender seus pais??
E logo passou... e logo você percebeu o quanto amava seus pais e que eles estavam tentando te educar da melhor maneira possível.

E por que existe um tabu em dizer que você odeia seus filhos de vez em quando? Se é verdade, por que ninguém fala? Eu odeio meus filhos quando eles fazem birra e quando me desobedecem. E depois passa.
É óbvio que passa. Vivo por eles. E depois de odiar vem a tão famosa culpa. Culpa materna. Eterna e sempre presente.
Sem dúvida, de todas as funções, ser mãe é definitivamente a mais difícil. Educar um outro ser é muito complicado. Você nunca tem certeza se está fazendo certo ou errado... e apenas o tempo poderá dizer.
Por isso, tento plantar o que há de melhor para moldar o caráter dos meus filhos. Para que, com o tempo, eles se tornem grandes pessoas acima de tudo.

E, tudo que faço escondido, pode parecer egoísta (e acho que algumas até são mesmo) mas na verdade, é sempre tentando acertar...