Ser mãe é sinônimo de medo, temor, amor, paixão, pânico,
sofrimento, realização e todas as emoções mais intensas e loucas que cabem
dentro de um ser humano.
Eu sempre fui muito chorona.
Antes de ser mãe, chorava quando tinha fome, quando caía, quando meu pai não
deixava eu sair, quando brigava com o namorado...
Hoje, olhando pra trás vejo que os motivos do meu choro eram tão pequenos, tão
fáceis de resolver... tão simples.
Claro que toda fase que vivemos é sempre a mais difícil.
Exatamente como vídeo game.
Mas, quando nasce uma mãe, nasce com ela a vontade de ser eterna. De viver para
sempre. De proteger sempre.
Meu choro como mãe começou quando saí da maternidade com meu
primeiro filho. No trajeto pra casa chorei.... De felicidade, de medo do
desconhecido, de não ser capaz de criar uma outra pessoa. Chorei de
insegurança.
Depois chorei com o primeiro dente, o primeiro tombo, o
primeiro passo, a primeira palavra.
Chorei quando meu segundo filho nasceu, prematuro. De medo dele não superar, de
ele não conseguir passar por aquilo... Chorei de felicidade por ele ter
conseguido.
Chorei quando meus filhos se conheceram. Quando se viram pela primeira vez.
Nunca entendi aquelas mães que choravam quando o filho
estava no palco dançando e cantando tudo errado. Pensava: “Meu Deus, o moleque
tá fazendo tudo errado e essa tonta chorando...”. Chorei todas as vezes que
meus filhos estavam no palco fazendo tudo errado. E até chorei quando eles
choravam.
Chorei quando caiu o primeiro dente e me dei conta que o
tempo passa rápido demais. Que quando vi, pronto, já tinha uma criança
desdentada em casa. Chorei de medo desse tempo que passa rápido.
Chorei quando descobri que estava grávida pela terceira vez.
De pânico. De pensar: “Como vou atravessar a rua com três crianças se só tenho dois braços???”. E
depois, chorei porque descobri que era menina. Nesse dia, chorei demais. De
emoção.
Choro todas às vezes que ouço um ‘eu te amo, mamãe’.
Choro de raiva todas as vezes das birras. Choro de culpa. Choro de ódio.
Choro constantemente de orgulho. Daqueles que não cabe no
peito. Choro vendo as atividades escolares e até choro nas reuniões. Choro
quando acho que exagerei e choro quando acho que fui ‘mole’ demais.
Choro com cada carinho, toque, beijo.... Cada noite
compartilhada, cada conquista alcançada, cada gol feito, cada dança junina...
choro. Meu Deus, como choro.
Choro em ver meus pais e meus filhos. Meus avós e meus
filhos.
O ciclo da vida me emociona....
Porque filhos são surpresas. São intensos.
E você não será eterna, por mais que deseje. Eu sei disso. Você sabe disso.
Todos sabemos.
Talvez por isso, eu chore. Porque sei disso.
E cada dia um novo acontecimento. Uma nova conquista.
Um novo crescimento...
Por isso, quando você acha que já chorou tudo o que tinha
pra chorar, você vai perceber que ainda nem começou...
lindo....:)
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