segunda-feira, 17 de junho de 2013

Episódio 7: POR MAIS QUE EU TENTE, TEM COISAS QUE NÃO CONSIGO...

Será que sempre nos cobraremos? Será que algum dia conseguiremos passar um dia sem fazer absolutamente nada e lidar bem com isso?

Não consigo não me cobrar quando não cuido da casa. Quando não consigo dar atenção ao marido. Quando meus três filhos precisam de mim ao mesmo tempo. Quando um tem ciúme do outro. Quando dão trabalho na escola. Quando não tenho tempo pra cuidar de mim. Quando não consigo dar atenção aos amigos e familiares.
Não consigo não me cobrar quando esqueço de ler o recado na agenda. Quando tenho preguiça de trocar uma fralda. Quando não posso estar presente em todos os eventos que sou convidada. Quando não consigo visitar as pessoas que eu amo.
Quando não consigo ter tempo pra fazer a comida preferida das crianças. Aliás, quando não consigo fazer comida. Quando não consigo acalmar a cólica da bebê. Quando não consigo não dar bronca...

Por que nos cobramos tanto? Onde isso vai me levar?
Acho que a lugar algum. Porque não adianta me cobrar por coisas que estão fora do meu alcance. Sou humana. Sou uma só.
Mas, quando penso assim, me sinto egoísta. E, de novo vem a culpa.

Se eles estão muito apegados, acho que errei. Se eles se afastam, acho que errei também. Existe um meio termo?

Acredito que a culpa materna vem da vontade de ser onipresente e perfeita. Da vontade de não errar, da expectativa que colocamos nesses pequenos seres humanos.
Mas não se pode ser perfeita. Principalmente quando se trata de pessoas com vontades próprias, desejos, idéias e personalidades distintas.

Somos todas eternas insatisfeitas. As que trabalham, acham que deveriam estar em casa. As que estão em casa, acham que deveriam estar trabalhando fora. Quem tem babá, acha que não precisava e quem não tem, acha que devia ter... Se foi cesárea queriam parto normal e se culpam por não terem conseguido. Se perdem a paciência e brigam com o filho, se culpam por não terem se contido...
Incrível como no fundo, somos todas iguais. Pensamos da mesma forma e nos culpamos na mesma intensidade.

Mas será que essa culpa é um sentimento ruim? 
Eu não acho ruim. Pra mim, ela é claramente o reflexo de quanto somos cuidadosas com àqueles que somos responsáveis. Isso vem em mãe zelosa, cuidadosa, carinhosa e que realmente nasceu para ser mãe. Ela faz parte da vida daquelas que cuidam do que fazem com o outro.


Como diz o famoso livro do Pequeno Príncipe: “Você se torna responsável por aquilo que cativas.”
E, se o que foi cativado é um filho, essa frase tem uma intensidade ainda maior.
Quando sinto que estou me culpando por algo que não posso mudar: paro, respiro, penso e deixo a vida fluir naturalmente.

E, se acho que é algo que posso mudar. Tento. Tento até a exaustão. 

Por que?

Porque sou mãe. E tenho o direito de errar. Mas corro sempre para acertar!!

imagem: Pinterest




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